Tudo na nuvem. Essa é a ideia por trás do iCloud, o novo serviço de armazenamento baseado na internet que há muito é esperado pelos donos de dispositivos da Apple. Nessa segunda-feira, Steve Jobs subiu ao palco do Moscone Center e sacramentou o lançamento da nova versão do MobileMe, agora com novo nome e novos recursos.
Para ser justo, do MobileMe sobrou apenas o histórico, pois os aplicativos integrados ao iCloud foram construídos integralmente do zero, de acordo com Jobs. Eles vão funcionar com qualquer dispositivo Apple que receber o iOS 5. Além disso, terá integração com o Mac OS e o Windows, embora a Apple não tenha fornecido muitos detalhes com relação a isso.
Para acionar o iCloud, bastará inserir o nome de usuário e a senha da conta Apple no dispositivo, seja ele um iPhone, iPod Touch ou iPad. A partir desse momento, arquivos e documentos do aparelho serão enviados para a nuvem mantida pela Apple. Sem necessidade de ajustes ou configurações, assegurou Steve Jobs durante a apresentação.
Documentos
O iCloud vai funcionar com documentos graças ao que a Apple chamou de “documentos na nuvem”. Ao criar um novo arquivo de texto no Pages, por exemplo, ele será automaticamente replicado em todos os dispositivos que tenham o Pages disponível. Depois de editar o arquivo, ele é enviado para a nuvem sem qualquer intervenção do usuário. O desejo da Apple é de que a experiência de usar a nuvem seja absolutamente transparente.
Steve Jobs comentou durante a apresentação que o iCloud para documentos é uma vitória particular para ele, que vem tentando “eliminar” o sistema de arquivos faz dez anos. Na prática, o que ele quis dizer é que os usuários não precisam mais navegador por pastas e mais pastas para encontrar um documento. Agora basta abrir o aplicativo e vê-lo na listagem, não importante em qual dispositivo ele está.
A Apple confirmou que as versões do Pages, do Keynote e do Numbers lançadas para iPhone e iPod Touch na semana passada já contam com a integração com o iCloud. O recurso será ativado somente quando o iOS 5 for instalado no aparelho.
Fotos
Além de documentos, o iCloud prevê a sincronização das fotos entre os diversos dispositivos. Ao bater uma foto no iPhone, ela automaticamente será enviada para a nuvem e depois será baixada para o iPad e o iPod Touch. De acordo com a Apple, essa operação é totalmente simples e sem engasgos. Depois de poucos segundos da foto ser capturada, ela já está replicada nos aparelhos (dependendo da conexão, claro).
Os aparelhos rodando iOS vão armazenar sempre as 1.000 fotos mais recentes, até por uma questão de espaço. Não haverá limite de armazenamento para as versões das imagens que serão mantidas no computador, esteja ele rodando Windows ou Mac OS.
A Apple também anunciou o Photo Stream, que vai manter as 30 fotos mais recentes feitas com o aparelho e que não estejam em nenhum álbum. De certo modo, a empresa está forçando para que os usuários coloquem todas as fotos que pretendem guardar para si em algum álbum, o que será refletido inclusive no iPhoto para Mac.
Músicas
O iTunes ganhou novos recursos para funcionar na nuvem. As canções compradas por meio da loja virtual da Apple serão enviadas para todos os dispositivos sem custo adicional para o usuário. Assim, ao baixar uma nova música no iPod Touch, ela poderá ser baixada (dessa vez automaticamente) no iPad.
Há restrições com relação a músicas que não foram baixadas pela iTunes. A Apple oferece, para esses casos, o iTunes Match, que escaneia o acervo musical do consumidor e, depois de encontrar canções que não vieram da iTunes, faz uma busca nos 18 milhões de arquivos para verificar se a música existe por lá. Caso exista, o arquivo antigo será substituído por um novo, em AAC com qualidade de 256 kbps e sem DRM. Caso a música não exista na iTunes, aí sim oupload do arquivo será feito.
O iTunes Match vai custar 25 dólares anuais. Pode ser encarado como uma anistia para quem baixou músicas piratas ao longo da vida. Agora, essas músicas podem ser convertidas em canções legalizadas por menos de 50 reais anuais (valor inferior ao da compra de 2 álbuns tradicionais).
Aplicativos
Como era de se esperar, o iCloud estará profundamente integrado com o iOS 5. Isso permitirá fazer backup também dos aplicativos, bem como dos ajustes desses aplicativos. Foi-se o tempo de perder os pontos de um jogo, por exemplo. Agora, ao terminar uma partida, esses pontos serão replicados em todos os dispositivos rodando iOS.
Como se não bastasse a sincronização de aplicativos, o iCloud será responsável pelo backup dos aparelhos em si. Uma vez por dia, ajustes e configurações serão enviados para a nuvem. A preocupação com o consumo da franquia de dados só diminui porque esse grande backup será feito apenas quando o aparelho estiver conectado a uma rede Wi-Fi. Nada de 3G para isso, pois.
Preço
O iCloud não vai custar nada. Ele prevê 5 GB de armazenamento para documentos. A Apple não revelou qual será o armazenamento destinado a fotos e músicas. A empresa também não disse como ficam os vídeos capturados com dispositivos rodando iOS.
Assim como o iOS 5, o iCloud está previsto para setembro de 2011.
Datacenter
Para manter o iCloud funcionando, a Apple acaba de inaugurar um datacenter com o que há de mais moderno em termos de tecnologia e de arquitetura e engenharia ambientalmente sustentáveis. Seu custo é estimado em US$ 1 bilhão.
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